segunda-feira, 16 de maio de 2011

Condições socioeconomicas do Nordeste de Graciliano Ramos e do Nordeste atual


Em 1938, o nordeste brasileiro é retratado por Graciliano Ramos como sendo um espaço sem saída, sem socorro, não posso dizer sem solução, porque Graciliano não sugere nenhuma em seu livro, mas não significa que não exista. O nordeste é apresentado como um lugar ínfimo, cruel, vazio, e triste, que é uma visão na verdade expressada pela alma do sertanejo que sofre com a seca.E por essas condições precarias socioeconomicas, o sertanejo é uma pessoa de pouco vocabulario e expressão, que parece rude e seco como a terra, mas que tem bom coração e ama sua família, fazendo de tudo para a sobrevivência dela.
Atualmente sabemos que o nordeste ainda não é um lugar maravilhoso para se viver e ainda existe o êxodo rural, que faz nordestinos de todas as áreas migrarem para estados mais urbanizados e com melhores condições de vida. Mas o sertão ainda é a divisão mais afetada com a seca, porque no sertão a principal atividade econômica é a agropecuária, na maioria das propriedades é realizada a criação de gado e de caprinos, o primeiro não é tão difundido por ser um animal de grande porte que requer uma quantidade maior de recursos como água, pastagens, pois por ser uma área de clima semi-árido e que sofre grandes períodos de seca fica difícil o desenvolvimento da criação, já o segundo obtém mais êxito por ser animais menores e de melhor adaptação às situações adversas impostas pelas condições climáticas, o sertão possui um plantel de 9 milhões de cabeças de caprinos. Na agricultura desenvolve-se em forma de subsistências, ou seja, produção de alimentos para o consumo familiar. Já nas outras divisões, a história do nordeste vem sido bastante mudada.
A zona da mata é a região mais desenvolvida e industrializada do nordeste, essa está localizada nas áreas litorâneas da região, na qual se encontram os principais centros urbanos.Na zona da mata a atividade industrial é diversificada, há extração de minérios que de forma estratégica geralmente provoca a instalação de empresas nas proximidades das jazidas, outro fator extremamente importante está no sistema de transporte, que na essência da industrialização se insere no transporte de mercadorias e matéria prima.Como a sub-região é mais desenvolvida faz-se necessário a instalação de infra-estrutura com a finalidade de dar ritmo e dinamismo à circulação de mercadorias, capitais, matéria prima e pessoas. A sub-região também se insere na produção agropecuária que na maioria das vezes está envolvida na monocultura de exportação.O meio norte é uma sub-região de transição entre o nordeste e o norte, onde se encontram uma parte do Piauí e Maranhão, as características econômicas estão ligadas às atividades rural, extrativista e pastoril. No entanto o sul do Maranhão já está inserido no mapa da soja, no qual muitos gaúchos (que para lá migraram) desenvolvem a cultura, a produção dessas áreas é mecanizada em grandes latifúndios. Um ponto importante no Maranhão, no contexto da soja, é geográfica para o escoamento até os portos em São Luiz, capital do Maranhão. Mas no agreste as atividades econômicas estão vinculadas à produção primária, mais precisamente na agricultura e pecuária. O agreste tem característica propícia à policultura, como mandioca, batata, banana etc., e criação de animais, como bovinos e caprinos. A realização do trabalho é tradicional e rudimentar, praticamente não se usa tecnologia e a produtividade é baixa, como a produção da zona da mata é destinada à exportação quem fornece alimentos a ela é o agreste.Concluindo, estamos vendo uma grande melhora nas condições nordestinas, embora isso não se aplique à todos os lugares infelizmente.Mas a visão de nordeste vem sido mudada ano após ano e a de Graciliano Ramos, apesar de não ser contraditória a atual, ela é bem mais aplicada ao sertanejo do que ao nordeste. Hoje vemos que existem soluções sim, mas a longo prazo e como sempre dependemos do governo para incentivar a melhora socioeconomica dessa area que ja foi tão afetada e não deve ser mais. 

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